É um dos concelhos mais pequenos de Portugal, com apenas duas freguesias cuja população junta não chega aos 2.300 habitantes. No coração do Alentejo, bem servida pela ferrovia e por infraestruturas de comunicação, Alvito e Vila Nova da Baronia são duas pequeníssimas vilas onde há uma grande concentração de pintura mural a fresco e vestígios manuelinos. E, garante quem lá mora, há qualidade de vida, há beleza e há comunidade. E há futuro. Até no cante.
Os inícios de dia são quase sempre iguais. Os fins de tarde também. Nestes dias de estio as temperaturas ainda não escaldam e já há férias escolares e dolência nos afazeres. E Hugo Calca continua a fechar o seu Fora da Caixa às 19h00.
O Fora da Caixa é anunciado como “o primeiro Cos Play Café em Vila Nova da Baronia”, concelho de Alvito, mas o conceito ainda não está totalmente explorado. Para já é, apenas, um café reaberto numa velha mercearia. O espaço abriu em finais de 2022 – “na mesma altura em que nasceu a minha segunda filha”, avisa Hugo, como que a assinalar o marco, duplamente inesquecível, mas também a justificar as prioridades que, na sua cabeça, estão bem definidas. “Quero ter tempo de chegar a casa e ver a minha filha crescer”, assume.
Hugo abre às oito da manhã. Monta a esplanada, começa a servir os primeiros cafés e bolos. Passa o dia entre bicas e galões, ainda mais entre imperiais, minis e garrafas de cerveja. E, ao fim da tarde, nem precisa olhar para o relógio. Quando vir do lado de fora da porta dois amigos concretos, acabados de regressar do trabalho em Alcácer do Sal, sabe que o dia está a chegar ao fim. “Levo uma cerveja a cada um e já não sirvo mais nada a ninguém. Fecho a porta. É um bom método”, diz sorridente.
Hugo Calca tem apenas 44 anos, mas já fez muita coisa na vida. Foi padeiro, dono de bares, empresário em restaurantes. Agora é o único funcionário do Fora da Caixa, um café que também tem pastelaria e refeições ligeiras, que aluga bicicletas elétricas e quer alugar caiaques, que oferece bom ambiente e boa disposição.
“Sozinho não tenho tempo para tudo. Mas já combinei com o dono que me alugou o espaço. Isto é um projeto para estar aqui 15 anos. Depois disso, logo se vê”. O espaço é pequenino em área (cabem pouco mais do que quatro mesas), mas grande em história.
“Estou muito feliz com este espaço. Foi a minha bisavó que abriu isto em 1915 e tinha aqui a melhor loja de Vila Nova da Baronia. Vendia mercearia, loiças, tecidos, tabaco, calçado. Em 1960 passou a café; estava para ser uma taberna mas, como a escola primária ficava aqui em frente, o Estado Novo não deixou. Ficou aqui o café do Sr. Domingos. E assim era conhecido, até eu o reabrir, tentando recriar o interior daquela primeira mercearia: tudo o que vemos dentro desta mercearia é de 1929. E isso orgulha-me muito”, conta.
Hugo Calca nunca quis, ou pensou, sair de Vila Nova da Baronia. E agora, que está casado com uma cabo-verdiana há quase 18 anos, diz que é ela quem não quer sair dali.
“A única coisa que ela me diz é ‘não saio daqui para lado nenhum, porque aqui tenho tudo o que necessito’. Temos uma filha com 12 anos, e agora a bebé. Elas têm autocarro quase à borla para as piscinas (o que se paga é mesmo simbólico). Tens refeições à borla na escola, tens centro de saúde – que é muito importante -, tens biblioteca, correios, lojas, não tens trânsito. Por mais stress que apanhes num café a trabalhar, a encheres a cabeça, chegas a casa abres a janela do teu pátio ou do teu quintal, ouves os passarinhos e desanuvias de tudo. Ficas bem. Ficas melhor contigo. E isto é maravilhoso”, argumenta.
Agostinho Mira, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova da Baronia, a terminar o último mandato, quase que não conseguia ter o mesmo entusiasmo de Hugo a falar da sua terra. Quase, porque, à segunda ou terceira frase (aquelas que fazem de barreira, para perceber melhor quem está à sua frente), ele começou a sentir-se empolgado.
À lista de serviços enumerados por Hugo acabou por juntar, também, a existência de um grupo coral de cante, Os Rama Verde, que junta miúdos e graúdos e que diz apoiar. “É muito importante ter uma coletividade que junte a juventude. Infelizmente, somos uma freguesia muito envelhecida, e tudo fazemos para manter estes jovens por cá”.
Diogo Tomás tem agora 23 anos, mas quando se dirigiu a Agostinho Mira a pedir-lhe para os ajudar a fundar um grupo de cante tinha pouco mais de 14. Os Rama Verde são uma coletividade que pertence à Sociedade Filarmónica Vilanovense (Vila Nova da Baronia). Foi quando o cante foi elevado a património imaterial da Humanidade. E os miúdos acharam que podiam, e deviam, fazer alguma coisa. Hoje, há em Os Rama Verde miúdos e graúdos.
“Somos um grupo dos oito aos 80”, explica João Monte, mestrando em desporto de alto rendimento e professor de cante em escolas básicas do concelho. “Muito feliz com o grupo. Já somos quase 40 e temos muitos jovens entre nós. E gente com experiência também, que o grande AP Braga [cantautor de intervenção, que lançou dois discos ainda antes do 25 de abril] também se juntou ao grupo”, diz João Monte.
João Monte e Bruno Tasanis estavam num outro grupo coral, o Papa-Borregos, fundado há mais de 50 anos em Alvito. Na sede do grupo há ainda hoje uma taberna onde, a par e passo, se podem encontrar cantadores a descansar e a conversar. E a cantar, claro.
João Monte vive em Alvito e ensaia em Vila Nova da Baronia. As duas vilas estão profundamente ligadas, os munícipes circulam naturalmente entre as duas freguesias. Vila Nova da Baronia foi sede do concelho durante 128 anos até que entretanto perdeu esse estatuto para Alvito.
Mas mantém muitas estruturas essenciais, como o centro de saúde com médico presente todos os dias. E essa é uma pequena grande vitória, como diz Agostinho Mira. “Ao menos esta guerra não perdemos, como perdemos a escola primária. Quando nos fecharam a escola fizemos aqui uma grande manifestação. A verdade é que nunca mais voltou a abrir”, lamenta Agostinho.
O encerramento da escola primária foi em 2014. O encerramento do posto dos CTT foi há dois anos. As duas freguesias do concelho de Alvito organizam-se entre si e os serviços públicos estão distribuídos por ambas. A creche e o jardim de infância está em Vila Nova da Baronia e recebe também as crianças de Alvito. A escola primária é em Alvito e recebe também as crianças de Vila Nova da Baronia.
“São cinco minutos a levar o meu filho à escola de manhã”, diz Rita Valente, uma jovem empresária, formada em património, que vive em Alvito desde 2012 e que fundou com o marido, em 2017, o projeto Folhas – Culturas do Alentejo.
Os dias de Rita começam a levar o filho à escola em Vila Nova da Baronia, e terminam na Praça da República, a beber uma cerveja no animado “Quiosque”, enquanto as crianças brincam à vontade na praça. Pelo meio fez o trabalho que foi preciso na Folhas, a empresa de produção biológica de ervas aromáticas. Para fundar este projeto em conjunto com o marido despediu-se da Spira, uma empresa na área do “Touring Cultural e Paisagístico, Educação Patrimonial, Formação, Comunicação e Consultoria em Património Cultural”.
Rita deixou de trabalhar na Spira para se dedicar ao seu projeto pessoal. Mas não deixou de fazer uma das coisas que mais aprecia: trabalhar com as comunidades, aproximá-las e sensibilizá-las para a beleza e a importância da cultura, das pessoas e das tradições que estão ao seu redor.
“O concelho continua em perda populacional, e as pessoas parece que ainda dependem muito da função pública para terem emprego. Parece que não é fácil encontrar aqui um trabalho que se goste. Eu acho que não dá para ficarem cá todos. Mas é importante que mesmo os que não ficam valorizem o que cá está”, argumenta a empresária que, com o seu exemplo, mostra que é possível criar um posto de trabalho no concelho.
“Eu gosto muito de viver em Alvito, de estar em Alvito também por este ambiente de partilha. Nos Encontros de Alvito, esse ambiente é particularmente visível. E é emocionante ver gente de todas as idades e das diferentes comunidades envolvidas”, diz Rita.
No pequeno concelho de Alvito é possível encontrar várias etnias e diferentes nacionalidades. Foi uma das regiões do país que recebeu refugiados da Síria, tem muitos elementos da comunidade cigana, e recebe alunos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa há mais de 20 anos na sua escola profissional. “Este ano terminamos os Encontros de Alvito com todas as comunidades que estão cá numa festa linda, todos juntos, a comer e a dançar. Nunca tinha acontecido cá em Alvito”, conclui Rita.
Foi Gonçalo Pôla quem impulsionou os Encontros de Alvito. Gonçalo é “jovem de 44 anos”, formado em edição de vídeo, e com muita produção audiovisual para o marketing e publicidade no currículo de uma empresa em Lisboa, onde viveu dez anos. Até que regressou à terra natal em 2011.
“Não era feliz em Lisboa, apesar da cidade ser lindíssima. Eu era dos que vinha todos os fins de semana a casa, e que gostava mais da vinda para cá do que do regresso à capital. Aliás, era, também, daqueles que apreciava, e muito, a viagem de comboio. Sobretudo a que me trazia para Alvito. A melhor recordação que tenho é o comboio a chegar a Vila Nova e eu conseguir ouvir, e sentir, o silêncio”, relata.
Os Encontros de Alvito, que tiveram em 2023 a terceira edição, envolvem concertos, dança, conversas, oficinas. “Os Encontros são uma vontade de proteger e de respeitar o espaço onde estamos, o que está à nossa volta, de reencontrar pessoas, de aprender com elas, de poder partilhar com elas o que temos para partilhar….Os encontros são uma forma de harmonia”, tenta explicar Gonçalo, dizendo que nunca se deixou fechar em conceitos nem em parâmetros.
“A nossa sociedade conduz-nos sempre a uma ideia de empregos e a uma forma de ganhar dinheiro muito hierarquizado ou parametrizada. Como se, ao procurarmos outras coisas diferentes, parece que vamos passar fome, ou que não vamos ser felizes”, sublinha. O segredo, diz, está em procurar fazer algo diferente. “Eu acho que tem de se procurar. E que devemos ser criativos nessa forma de procurar desenvolver novos trabalhos. Existe espaço, isto é, áreas a serem exploradas onde se pode ganhar dinheiro e viver em família nestes sítios mais pequenos, como Alvito. Isso eu não tenho dúvida nenhuma”, diz.
Gonçalo tem dois filhos e vive entre o computador com que prepara candidaturas a projetos e faz contactos internacionais e os pés enfiados na terra, a cultivar plantas e hortícolas no Parque dos Encontros. Este parque está a nascer num local que, diz Gonçalo, “já foi a entulharia de todos os concelhos ali à volta” e agora é um sítio onde se estão a construir hortas comunitárias, a desenvolver circuitos de marcha e manutenção e organizar workshops inter-culturais e inter-geracionais.
O Parque dos Encontros foi possível por causa da candidatura aprovada ao programa Bairros Saudáveis, apresentado pelo Clube de Natureza de Alvito, fundado por Pôla. “Temos um protocolo com a câmara nos próximos dez anos para desenvolver atividades naquele espaço.
É um espaço onde trabalhamos a comunidade mais velha e a comunidade mais nova, mas onde procuramos testar novas formas de produzir alimentos”.
Gonçalo sabe que o sonho ainda está no início. Mas está disposto a correr atrás dele: “Em última instância, o que eu sonho é que a minha vila daqui a dez anos possa dar alimentos super saudáveis às crianças na cantina das escolas e aos nossos velhotes nos lares”.
Património Imaterial, Riqueza Humana
Gonçalo, Rita, João, Hugo estão de olhos postos no futuro. Catarina Gonçalves também. Procura construir esse futuro resgatando e valorizando memórias do passado. Catarina foi a fundadora da Spira, a empresa onde trabalhou Rita, e que criou a pioneira Rota do Fresco, a primeira rota de turismo cultural em Portugal.
Nascida em Lisboa, formada em História da Arte, Catarina descobriu no Alentejo, território onde não tem nenhumas raízes, o maior acervo de pinturas murais de Portugal. A Rota do Fresco tem 25 anos, os mesmos que tem de residência no Alentejo – primeiro em Alvito, depois em Vila Nova da Baronia. É nessa casa térrea, inserida bem no centro da vila, que terminou o doutoramento na Sorbonne, faz consultorias internacionais e tem, hoje em dia, aulas de piano. “O exercício de tentar aprender um instrumento com esta idade [47 anos] mantém-nos humildes”, explica.
Alvito e Vila Nova da Baronia têm uma grande concentração de pintura mural a fresco. O que decorre, diz Catarina, da especificidade geográfica e geológica do território, mas que implica também muito conhecimento. “Saber onde ir buscar os pigmentos, quando é que se deve ir buscar a areia ao rio, como peneirá-la. E como a aplicar, um trabalho coletivo com características muito simples mas uma capacidade cenográfica e monumental muito particular”, refere.
Por falar em monumentos, tanto em Vila Nova da Baronia como em Alvito é possível encontrar muitos exemplares decorativos do tempo manuelino. Em Alvito distingue-se o maior repositório manuelino do Baixo Alentejo, com destaque para o castelo e para o grande número de pórticos e janelas. Em Vila Nova da Baronia, o estilo manuelino está patente no pelourinho da praça principal, a praça onde se juntam jovens e velhos. Os primeiros para aproveitar a rede de fibra ótica que ali leva internet a alta velocidade – oferecida pelo município. Os segundos para por a conversa em dia, para ver gente, para apanhar sol ou sombra.
Enquanto empresa de touring cultural e de consultoria em património, a Spira tem hoje em dia vários funcionários e colaboradores. Estão alguns em trabalho remoto, a trabalhar em Lisboa para a empresa que tem sede em Vila Nova da Baronia. “Quarta-feira é dia de nos reunirmos no escritório. E vimos todos a Vila Nova”, explica Joana Brito, que é de Tomar, já viveu dois anos nos Países Baixos e agora vive em Lisboa. Como Gonçalo Pôla ia de Alvito para Lisboa, Joana Brito vem de Lisboa para Alvito. “A ferrovia é determinante pois é ela que permite que estes territórios sejam viáveis”, vaticina Catarina Gonçalves. Há dez ligações diárias entre Lisboa e Vila Nova da Baronia, e a viagem dura pouco mais de 1h30.
A quarta-feira é também o dia em que há “Cinema na Mercearia”. O ciclo de cinema já se tornou programação habitual no concelho. A Mercearia é o local onde a Spira tem agora a sua sede, aproveitando as instalações da loja centenária que os vizinhos da frente, Ana Conceição e Otávio Canhestro Marques, mantiveram de portas abertas durante mais de 40 anos.
A velha mercearia passou de dono – passou para as mãos de Manuel Rosado e a mulher Catarina, ambos de Vila Nova da Baronia. E agora a mercearia também mudou de sitio, e reabriu num espaço mais amplo, numa rua lateral, e continua a chamar-se “à da Anica”. “Foi uma forma de homenagear quem fez a casa antes de nós. E depois, sabemos que as pessoas iam continuar a dizer que iam às compras ‘à da Anica’. Não valia a pena mudar o que estava tão bem”, explica Catarina Rosado.
Anica sorri muito quando ouve esta história. “As pessoas em Vila Nova da Baronia são muito minhas amigas. Foram muitos anos atrás do balcão, e eu sempre gostei de ajudar toda a gente. Agora estou a receber o que semeei – vi bem isso quando fiquei doente. Todos vinham cá a casa perguntar por mim, trazer-me coisas”, diz. Anica tem 74 anos; Otávio tem 79. Estão casados há 52, têm dois filhos e quatro netos, nenhum deles a viver na Baronia. Foi Anica quem convenceu Otávio a reformarem-se em 2012. “O meu marido trabalhava desde os 11 anos e nunca tinha tido férias, estava na altura de aproveitar”, diz.
De gargalhada franca e sorriso fácil, percebe-se que o cancro que a surpreendeu não a apanhou derrotada. Fala da doença com naturalidade, mas prefere brincar com as coisas boas da vida. Refere que o marido era o “chauffer da aldeia”, já que o chamavam para todo o tipo de serviço – “uma vez levou uma grávida ao hospital, quase que a criança lhe nascia no carro”. E recorda que muita gente lhe chama na brincadeira “primo oitavo”. Porquê? “Deve ser porque não sabem dizer corretamente o nome”, conclui, divertida.
Anica e Otávio são uma espécie de porteiros da vila. Ele tem a chave de todas as igrejas da paróquia; pertence à comissão fabriqueira, faz o assentamento de bens e haveres de cada uma das igrejas, capelas e ermidas, ajuda a preparar as festas. Ela tem as chaves de muitas casas da vila, que lhe são confiadas por proprietários ausentes, para que trate de ver correspondência, àgua e luz, e de lhes abrir a porta no regresso e sempre que for preciso.
Muita coisa mudou nos últimos cem anos. E Anica não tem saudades de quase nada. Só da sua mocidade. E de ter saúde. Domingos Guerreiro, um dos mais idosos habitantes de Vila Nova da Baronia, responde exatamente a mesma coisa, umas ruas abaixo, à porta da casa de onde avista o banco onde passa grande parte dos dias. “Não tenho saudades de nada. Só da minha juventude”, diz.
Com quase 90 anos e uma terceira classe de escolaridade concluída, tem na leitura de jornais e de livros o seu maior passatempo. É uma espécie de historiador oficial da Baronia, dedica-se a escrever as memórias de séculos passados relacionados com a terra que o viu nascer, e da qual “nunca, mas nunca, mas nunca quis sair”.
Mostra orgulhoso as folhas impressas a que chama livro e explica porque sempre se recusou a abandonar Vila Nova da Baronia para tentar melhor vida. “Eu tinha amor aos meus pedacinhos de terra. Vivia mais mal, à mercê do tempo. Se vinha chuva, estragava as coisas; se vinha calor, estragava as coisas. Mas tive sempre que chegue para aqui chegar”, diz emocionado.
Os dias, esses, passa-os sentados no muro que se tornou um banco – estrategicamente colocado num cruzamento onde vê quem passa, e se permite conversar com quem tem tempo. São sempre dias bons. Os inícios de dia parecem sempre iguais. Os fins de tarde também. O que importa é que sejam sempre dias bons. E a Catarina e a Rita, o Hugo e o Gonçalo, a Anica e o Otávio, o João e o Domingos têm conseguido colecioná-los. Em Alvito, a terra do fresco e do cante.
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Nasceu nas Avenidas Novas, em Lisboa, o gosto pela arte levou-a ao Alentejo, e o gosto pela pintura mural a fresco fixou-a no Alvito, em Vila Nova da Baronia. Já é mais alentejana do que lisboeta, apesar de se considerar uma mulher do mundo, com elasticidade suficiente para fazer doutoramentos na Sorbonne e ter aulas de piano, ao mesmo tempo que vive uma vida despojada e condiciona os seus dias à força da luz do sol e aos caprichos da terra. Assina a Rota do Fresco, aquela que foi a primeira Rota de Turismo Cultural em Portugal, criada há exatos 25 anos. E que se mantém até hoje.
João Monte, o professor de cante
Tem 25 anos e dois amores, entre os quais não consegue escolher. O desporto, caminho que escolheu para a vida académica e profissional, e o cante, paixão que alimenta e que distribui, seja mantendo o cante tradicional, no grupo Rama Verde, seja reinventando o cante com o grupo Oh Laurinda. É professor de cante nas escolas, porque vai a todas as batalhas que permitam salvaguardar a velha tradição.
Rita Valente, a sensibilizadora
É formada em património, mas é na agricultura e no cultivo sustentável de plantas aromáticas que ocupa a maior parte do seu tempo profissional. Fá-lo em modo biológico, sem nunca sacrificar o que, pessoalmente, lhe dá mais alegrias e satisfações: o tempo de qualidade que passa com o marido, filho e amigos. Alvito recebe bem e tem muita vida social.
Gonçalo Pôla, o agitador
Formado em vídeo e com experiência em filmes publicitários, uma década de trabalho em Lisboa chegou-lhe para ter a certeza que é dos espaços pequenos e dos locais onde pode ter contacto com a natureza que gosta e é onde quer ver os filhos a crescer. É o mentor dos Encontros de Alvito, um festival que une as artes à natureza e que, gostaria Gonçalo, procura agitar consciências.
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