Guia com tudo o que precisa saber para visitar Alvito (Beja). Inclui o que fazer em Alvito e Vila Nova da Baronia – atrações e passeios -, onde ficar hospedado e os melhores restaurantes.
O que fazer em Alvito
Subir à Torre do Relógio, em Alvito
A partir do local onde se encontra instalado o Posto de Turismo de Alvito, é possível suber à Torre do Relógio de Alvito. É uma oportunidade para apreciar não só o relógio propriamente dito, mas também as belíssimas vistas sobre a malha urbana da vila alentejana. Vale muito a pena.
Visitar o Mercado de Alvito
Apesar de não ser um mercado grande ou espetacular, sou da opinião de que vale sempre a pena espreitar os mercados de produtos frescos. Em Alvito, fica a dois passos da referida Torre do Relógio, pelo que não perde nada em passar por lá, ver os produtos locais, conversar com as vendedoras e, eventualmente, comprar alguma coisa. Fica a sugestão.
Apreciar os vestígios da arquitetura manuelina
Caminhando pelas ruas de Alvito, facilmente reparará nas portas e janelas instaladas em portais manuelinos de reconhecido interesse patrimonial. E isto apesar da sobriedade dos referidos elementos decorativos.
Passando no Porto de Turismo de Alvito, terá ao seu dispor um mapa com indicação de todos os elementos arquitetónicos manuelinos existentes na vila de Alvito. Fica a dica.
Para os interessados nesta temática, recomenda-se a leitura da obra A Arte Manuelina na Arquitectura de Alvito, de Luiz de Pina Manique, editada em 1949.
Visitar o Castelo de Alvito (pousada)
Apesar de atualmente o castelo de Alvito estar transformado numa pousada, é possível visitar algumas partes comuns do hotel não interferindo com a estadia dos hóspedes e respetivo sossego.
Ora, tratando-se de um dos edifícios mais emblemáticos e historicamente marcantes de Alvito, pode valer a pena incluir na sua lista com o que visitar em Alvito.
Ouvir uma moda de Cante Alentejano
O cante faz parte da tradição de Alvito, pelo que deverá fazer tudo o que puder para assistir a um desses momentos em que os cantadores se juntam numa taberna de Alvito e começam a cantar.
Não há agenda definida, pelo que passe nas tabernas de Alvito, como a sede dos Papa-Borregos, pergunte quando poderá haver algum ensaio de cante alentejano. Ou, melhor ainda, apareça ao final da tarde, beba uma mini e espere que algo aconteça. Pode ser que tenha sorte…
Igreja Matriz de Alvito
A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, ou Igreja Matriz de Alvito, foi edificada no século XIII e passou por várias obras de ampliação nos séculos seguintes. O corpo da igreja possui “três naves com abóbadas que apresentam elementos góticos e renascentistas, sendo uma grande parte do seu interior revestido por azulejos do século XVII”. A igreja está classificada como Monumento Nacional pela Direção-Geral do Património Cultural.
Percorrer o trilho Memórias dos Moinhos de Alvito (PR2 AVT)
Para quem gosta de caminhar, um dos percursos pedestres mais recomendáveis da região de Alvito é o chamado trilho Memórias dos Moinhos de Alvito. O percurso tem 14,8km de extensão, boa parte do qual em caminhos rurais de terra batida, ao longo dos quais poderá observar olivais centenários que alternam “com manchas de bosque de sobreiros e amplos terrenos de pastagem, onde, muitas vezes, se avista o gado em liberdade”.
Para mais informações sobre o trilho Memórias dos Moinhos de Alvito (PR2 AVT) veja o folheto oficial em pdf disponibilizado pela Câmara Municipal de Alvito.
Fazer a Rota do Fresco de Alvito, com a Spira
A Spira é uma empresa com sede em Vila Nova da Baronia que, entre outras atividades, organiza diversos passeios turísticos tendo como pano de fundo a pintura mural alentejana, com duração que vai de meio dia até quatro dias de visita.
Assim, tendo como título Rota do Fresco – Alvito, a Spira propõe “uma incursão pedestre em Alvito, um território alentejano ainda 100% rural (…), com um património praticamente intocado desde o século XV”. Eis a descrição do percurso:
“Entramos na Igreja Matriz trecentista e descobrimos um fresco renascentista, de final do século XV. Seguimos a pé pelo maior conjunto de portais manuelinos do Baixo Alentejo, passando pelos Paços do Concelho, pelo Pelourinho e entrando no Paço Acastelado do 1º Barão de Portugal. Por fim, atravessando o Largo das Alcaçarias, entramos na Ermida de S. Sebastião, ermida tardo-gótica revestida de pintura a fresco de 1611, com anjos músicos celestiais nas abóbadas…”
Para mais informações sobre a Rota do Fresco, veja a “loja” do Rostos da Aldeia ou visite o site oficial Rota dos Compadres.
Outras coisas a visitar em Alvito
Na região do Alentejo, onde o município de Alvito se insere, há outros motivos de interesse que eu não tive oportunidade de visitar durante a minha estada, uma vez que o foco era o território de Alvito. Deixo aqui mais alguns locais nas proximidades cuja visita pode – e deve! – incluir na sua lista com o que fazer em Alvito.
- Visitar a povoação de Viana do Alentejo e o seu castelo
- Conhecer a original Igreja de Nossa Sr.ª da Conceição, mais conhecida por Capela das Conchas, em Alcáçovas.
Gastronomia e onde comer
Felizmente, há vários restaurantes quer em Alvito quer em Vila Nova da Baronia. Entre aqueles que experimentei, destaque para a comida saborosíssima e a preço justo que encontrei no restaurante O Casão, em Vila Nova da Baronia. Vá à confiança! Na mesma localidade, há ainda os restaurantes O Camões e Flor de Sal.
Onde ficar em Alvito
Caso pretenda visitar Alvito, é natural que se interrogue sobre a melhor localização para pernoitar: Vila Nova da Baronia ou a vila de Alvito propriamente dita? Eu, pessoalmente, escolhi Vila Nova e creio ter sido a opção mais adequada para o meu estilo – adorei a vila. Mas, caso prefira um local um pouco mais movimentado, talvez a sede do concelho possa ser mais indicado. Até porque tem o hotel mais popular de Alvito, instalada no castelo local!
Assim, caso aceite a sugestão de ficar em Vila Nova da Baronia, atente no recente projeto hoteleiro The Green House Alentejo, inaugurado em 2023. Parece-me ter grande potencial mas os preços são pouco simpáticos. Ou então, caso prefira uma casa com possibilidade de cozinhar, atente na Casas da Baronia – foi onde acabei por ficar.
Em Alvito, por outro lado, fica a já referida Pousada Castelo de Alvito. Mas, se não fizer questão de ficar no centro da vila, considere também a Horta da Vila ou a excelente Horta da Rosa, um pouco mais afastada da urbe (não aceita crianças).
Seja como for, pode também pesquisar todos os alojamentos disponíveis na região usando o link abaixo, tendo o cuidado de reservar com a máxima antecedência possível.
Quantos dias dormir em Alvito
Depende, obviamente, do objetivo da visita. Como turista, um dia completo chega perfeitamente para conhecer Alvito e Vila Nova da Baronia e fazer um ou outro passeio nas redondezas. Mas, para conhecer melhor as atrações do concelho de Alvito, fazer uma parte da Rota dos Frescos e desfrutar da região, recomendo dois ou três dias completos. Dessa forma, viverá uma experiência muito mais rica e ficará com um conhecimento muito mais profundo sobre a cultura e tradições desta região do Alentejo.
Seguro de viagem
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Mais sobre Alvito
Alvito, terra do fresco e do cante
É um dos concelhos mais pequenos de Portugal, com apenas duas freguesias cuja população junta não chega aos 2.300 habitantes. No coração do Alentejo, bem servida pela ferrovia e por infraestruturas de comunicação, Alvito e Vila Nova da Baronia são duas pequeníssimas vilas onde há uma grande concentração de pintura mural a fresco e vestígios manuelinos. E, garante quem lá mora, há qualidade de vida, há beleza e há comunidade. E há futuro. Até no cante.
Catarina Valença Gonçalves, a visionária
Nasceu nas Avenidas Novas, em Lisboa, o gosto pela arte levou-a ao Alentejo, e o gosto pela pintura mural a fresco fixou-a no Alvito, em Vila Nova da Baronia. Já é mais alentejana do que lisboeta, apesar de se considerar uma mulher do mundo, com elasticidade suficiente para fazer doutoramentos na Sorbonne e ter aulas de piano, ao mesmo tempo que vive uma vida despojada e condiciona os seus dias à força da luz do sol e aos caprichos da terra. Assina a Rota do Fresco, aquela que foi a primeira Rota de Turismo Cultural em Portugal, criada há exatos 25 anos. E que se mantém até hoje.
João Monte, o professor de cante
Tem 25 anos e dois amores, entre os quais não consegue escolher. O desporto, caminho que escolheu para a vida académica e profissional, e o cante, paixão que alimenta e que distribui, seja mantendo o cante tradicional, no grupo Rama Verde, seja reinventando o cante com o grupo Oh Laurinda. É professor de cante nas escolas, porque vai a todas as batalhas que permitam salvaguardar a velha tradição.
Rita Valente, a sensibilizadora
É formada em património, mas é na agricultura e no cultivo sustentável de plantas aromáticas que ocupa a maior parte do seu tempo profissional. Fá-lo em modo biológico, sem nunca sacrificar o que, pessoalmente, lhe dá mais alegrias e satisfações: o tempo de qualidade que passa com o marido, filho e amigos. Alvito recebe bem e tem muita vida social.
Gonçalo Pôla, o agitador
Formado em vídeo e com experiência em filmes publicitários, uma década de trabalho em Lisboa chegou-lhe para ter a certeza que é dos espaços pequenos e dos locais onde pode ter contacto com a natureza que gosta e é onde quer ver os filhos a crescer. É o mentor dos Encontros de Alvito, um festival que une as artes à natureza e que, gostaria Gonçalo, procura agitar consciências.
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